quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Academia e a Ágora Grega


Nunca fui fã de esportes. Quer dizer, num lugar onde se convencionou chamar de “país do futebol”, realmente, quando se tratava de educação física me sentia um peixe fora d’água. O meu Primário todo teve as aulas de educação física voltadas para o futebol. Até que um dia, na oitava série, sabe-se lá o porquê, trocaram o professor --o novo era técnico de vôlei do Vasco.

Me descobri. Passei a frequentar assiduamente às aulas. Adorei o vôlei. Pela primeira vez, a final, vi que poderia ser bom em algum esporte. E descobri outra coisa melhor ainda: o banho no vestiário (mas isso é outra história). Fora o vôlei, gosto de água. Sempre fiz natação. Para mim, qualquer coisa dentro d’água é ótimo. Mas com uma condição: desde que não esteja gelada.

Nunca fui fã de academia, musculação, gente marombada (já houve até quem me fizesse rever meus conceitos algumas vezes...). Sempre achei, sinceramente, futilidade pura --não sabia o que perdia.

Pois no local onde frequentava as aulas de natação, o aquecedor da piscina quebrou. O pior aconteceu: a água ficou gelada. Não deu mais. Tive de procurar uma academia, enfim.


Ontem, além da aula de dança de salão, fui à avaliação física. Gente, o que foi aquilo!

“Você sobe a escada, bate à porta à direita, por gentileza. Cleberson é o professor que vai avaliar você”, disse a recepcionista.

Subi rápido, as escadas --já estava atrasado para a avaliação.

Bato. Ninguém responde. Insisto. De repente surge diante de mim um verdadeiro deus grego. Olhos verdes. Cabelos curtos, quase loiros. Nariz afilado. Queixo quadrado. Lábios rosas, nem carnudos à Cicarelle, nem finos --eu diria: ao ponto.

E os braços?! Pareciam desenhados. Feitos centímetro a centímetro. A pele supermacia. Os dentes brancos e perfeitos. Gente, lindo! Fiquei embasbacado.

“Vicente?"
“Sim, sou eu”, respondi,
“Atrasado, hein?! Pode entrar. Tira, por favor, a camisa e o tênis.”
“Agora”, pensei. “Tiro até a roupa toda!”

Aí, meu querido, ele sentou ao lado da balança. A bermuda subiu e mostrou os detalhes. Lindos, diga-se.

Depois de ter-me feito subir e descer o estepe por três minutos, fazer dez flexões, não-sei-quantos abdominais, ele pediu que levantasse a bermuda até a virilha. “Nossa!” Queria medir.

Quando ele pôs a mão na minha perna... gente do céu! Subiu (você sabe o quê) na mesma hora! Não parou por aí, queria medir meu abdômen e ver se tinha gordura. Passou a mão, apertou aqui, acolá. Pôs a mão no meu peitoral etc. e tal.

“Você ainda está ofegante. É cansaço?”, perguntou.

O bobinho nem sabia o que era que me estava a tirava o ar.

Por fim, pediu que fosse até outro professor (Rodrigo, o nome dele) para que me preparasse o plano de exercícios. Outro deus! Minha nossa! Passei adorar a academia. Lugar muito bem frequentado, admito.

Amanhã tem mais... O Rodrigo ficou de me auxiliar nos exercícios... mal vejo a hora.

Um comentário:

  1. Eu também descobri esse mundo a pouco tempo! uaahahuhuauhahu

    Mas que tem um bando de corpos ambulantes de cabeça oca, tem viu!

    Beijao!

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