quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

A história de uma amizade


Lembra do meu amigo Douglas? Nos conhecemos paquerando no ônibus.

Pegávamos o ônibus no mesmo horário, pela manhã, todos os dias. Até o momento em que nos encontramos, nunca o havia percebido. Acredito que nem ele a mim.

Sentado à janela, ele tinha 17 anos e um rostinho lindo de moleque safado. Eu, com 19, era complexado e meio tímido (eu acho).

Sempre que entro no ônibus, no metrô, numa sala ou em qualquer outro lugar --deve ocorrer com vocês também-- mapeio todo o ambiente a procura de gente bonita. Digo: homem bonito (praticamente uma puta, podem falar!).

E neste dia não foi diferente. Mapeado o lugar, o radar apontou para aquele moleque à janela. Pior, digo, melhor: estava a olhar para mim. Encarei-o por alguns longos segundos. Fiquei envergonhado e desviei o olhar.

“Burro, burro, burro! Por que não sentou ao lado?”, me autoelogiava. “Ok. Amanhã eu sento ao lado, então. Mas e se ele não vier neste ônibus, neste horário? Burro, burro, burro!”.

Passei o dia chateado. Ok. Não fiquei tão chateado assim. O dia foi normal. Mas quando acordei no dia seguinte, já estava ansioso para ir ao ponto.

Local e hora certos, lá estava eu. Entro no ônibus --radar ligado-- encontro-o à mesma janela. “Perfeito!”. Eu o encarei, agora sem vergonha, por longos segundos. Desta vez, a timidez foi nele que bateu.

Se sentei? Sim, no banco de trás. Não tive coragem --de novo-- de sentar ao lado do menino-com-cara-de-safado.

E o processo se repetiu: autoelogios e ansiedade. Mas durou pouco. No terceiro dia, finalmente, respirei fundo e, à janela de novo, Douglas me teve por companhia.

ONANISMO EM DUPLA. Eu estava especialmente animado. Puxei assunto, fiz perguntas, descobrir várias coisas.
Não lembro quando, e se foi nesta primeira conversa, que nos revelamos. Fato é que nos revelamos. Mas a história não para aí.


Tempo depois, estávamos a falar bobagens sacanas quando ele me vem com “para com esse assunto que já estou até excitado”.

“Sério?!”, respondi.
“É verdade. Estou excitado”.
“Mentira... deixa eu ver”.


Pronto, senhores! A festinha estava armada... literalmente. Nossas viagens de volta para a casa se tornaram muito bem aproveitadas. Diria: relaxante e gostosas. Não nos importávamos muito com as pessoas ao lado. Quando o ônibus pegava a Linha Vermelha ou a Avenida Brasil, era a senha para a saliência. Nos divertimos bastante.

E com essa base sólida de muito prazer é se fundamentou nossa amizade.

Hoje, eu com 23 e Douglas com 21 somos muito amigos. Mais maduros, com erros e acertos nas costas. Uns chifrinhos aqui (gente, eu conto uma do Douglas depois), sedução e pegação ali, a amizade continua a mesma.

Somos só amigos! Mesmo. Até rola umas propostas mais coloridas, mas não passam de propostas. E se rolar, será só por diversão. Somos amigos bem resolvidos.

E viva a nossa amizade.

[este vídeo é profundamente inspirador para nossa amizade]

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